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Implementação do gerenciamento do protocolo de jejum pré-operatório em um hospital de urgências de grande porte

Melhora de 14,5% na administração do abreviador de jejum com redução do tempo de jejum pré-anestésico



Alessandra de Melo Pereira Martins Veronese

Gerente Multiprofissional no Hugol

 

Nos contextos dinâmicos dos hospitais de urgência e emergência, onde cada minuto conta, o gerenciamento eficaz dos protocolos de jejum emerge como uma ação crucial. Implementar e aprimorar protocolos de jejum visa otimizar a preparação pré-operatória e reduzir significativamente o tempo de jejum, promovendo assim uma abordagem mais humanizada e eficiente no cuidado hospitalar. Neste contexto, o projeto de gerenciamento desses protocolos se revela como uma medida essencial para melhorar a experiência e os resultados dos pacientes.

O tempo de jejum prolongado pode não apenas causar desconforto significativo ao paciente, mas também aumentar os riscos de complicações durante o procedimento médico. Reduzir esse tempo de maneira segura e eficaz melhora a experiência do paciente e contribui para resultados clínicos melhores e mais rápidos. O projeto de gerenciamento do protocolo de jejum pré-operatório foi implementado no Hugol – Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira, unidade da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás, administrado pela Agir – Associação de Gestão, Inovação e Resultados em Saúde, com melhorias planejadas durante o Programa de Desenvolvimento de Líderes 2023.

 

Durante a implantação do protocolo foi realizada capacitação sobre a checagem à beira leito, horário de prescrição e distribuição do abreviador de jejum. Nesse primeiro momento foram enfrentados alguns desafios como a instabilidade do sistema nos equipamentos de checagem a beira leito, bem como questões de recursos humanos. Foi realizada também capacitação por videoconferência elaborada pela gerência médica do centro cirúrgico sobre a rotina de pré-agendamento cirúrgico. Desafios quanto a adesão da equipe médica ao novo prazo para solicitação de cirurgias assim como barreiras para garantir a execução do mapa cirúrgico já estabelecido e a quantidade de profissionais de diferentes especialidades cirúrgicas a serem capacitadas, foram fatores que provavelmente impactaram nos resultados dos indicadores.

Para implementar o indicador de “Taxa de adesão à Visita Pré-anestésica” foi estruturado treinamento da equipe de anestesiologia quanto a situações que envolvem gastroparesia, definido pelo Time de Jejum. Também encontramos alguns desafios nessa etapa para capacitar todos os profissionais anestesiologistas. Para checar o horário do abreviador de jejum foi estabelecida a cultura de checagem a beira leito, que a partir do monitoramento da checagem, alcançou-se no segundo mês 48,5% de adesão.

A “Taxa de administração do abreviador de jejum”, teve como média semestral anterior à implantação das ações 53,5% e após a implantação das ações subiu para 68%, evidenciando uma melhora de 14,5% na administração do abreviador de jejum. Essa melhora impactou na redução do tempo médio de jejum pré-operatório de pacientes incluídos no Protocolo de Abreviação de jejum, que antes das ações ficavam 8:34h em jejum e após a implantação esse tempo reduziu para 8:19h.

Por meio da implementação do protocolo de jejum pré-operatório, consegue-se reduzir significativamente o tempo em que os pacientes ficam em jejum, evitando períodos prolongados que podem acarretar desequilíbrios nutricionais, desidratação e outros impactos adversos à saúde. Esta iniciativa não apenas visa garantir a segurança durante procedimentos cirúrgicos, minimizando complicações relacionadas à anestesia e ao trato gastrointestinal, mas também melhora a experiência global do paciente e de seus familiares durante sua estadia hospitalar.

Além disso, o gerenciamento eficaz dos protocolos de jejum requer uma abordagem multidisciplinar. Envolvendo não apenas médicos e enfermeiros, mas também nutricionistas e farmacêuticos, é possível desenvolver protocolos personalizados que atendam às necessidades específicas de cada paciente. Essa colaboração interdisciplinar garante a segurança durante o procedimento e promove uma cultura hospitalar centrada no paciente, em que o bem-estar e a segurança são prioridades inegociáveis.


 

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